Hoje, o sol invadiu a minha cama e despertou-me para uma manhã de amor. Os pormenores não conto… Aliás, eu devia fazer como tantos outros, colocar aqui tudo o que penso, tudo o que me incomoda. Mas sabes por que não o faço? Odeio dar a conhecer os pormenores de uma vida que é apenas minha e gosto de guardar para mim tudo aquilo que é só meu. Há dias, aqueles dias em que acordamos livres, em que apetece dizer tudo, mas mesmo tudo o que habita aqui. Censuro textos de falsas mágoas infinitas e agora iria colocar aqui os meus sonhos e pesadelos de uma forma tão clara? Não. Não gosto de expor-me assim. Prefiro continuar a pensar apenas para mim e para os meus. Na realidade da minha, sou eu próprio. Sim, por cá, não censuro o meu pensamento. Apenas não quero satisfazer mentes mais pobres que se alimentam mais de ditos e menos de factos. Facto é que nunca disse e nunca direi aqui tudo o que penso. Se eu dissesse… ai se eu dissesse!...
Há dias assim, a língua solta-se e a imaginação perde-se!
Hoje, entendo aquilo que talvez nunca havia entendido… Há desesperos na vida que nos obrigam a reflectir e a elevar a nossa oração a Deus. Assim, aconteceu. Perdido no nada, ganhei garras de um leão feroz e busquei em Deus a força que os homens me tiraram. A vida é assim, hoje dá e amanhã tira. Hoje, e não apenas hoje, quero crer no Deus que me ajudou a acreditar.
Do nada nasce a esperança,
Do nada nasceu a criança.
Do nada surge o sentido,
Sem nada senti-me perdido.
Aqui, onde tudo era pouco,
O nada fazia-se mouco
E do nada emerge tudo
Como eterno som mudo.